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CARTA ABERTA AO NOSSO ESTIMADO ABEL BRAGA

sábado, 20 de setembro de 2014

Prezado Abel Braga,

Dispenso-me agora de meus afazeres habituais para dedicar alguns minutos à vossa senhoria. Quero lhe falar de algo que creio que o senhor já tenha notado, mas faz questão de ignorar ou fingir que não está acontecendo. Pois é, senhor Abel Braga, nós estamos de olho a todo instante e, ao contrário do que pensas, uma boa parte de nós possui conhecimento suficiente para criticar tua postura como técnico do Internacional, afinal, não só de loucos, fanáticos e talvez não tão cultos é formada a torcida deste clube.

Sinto que no fundo o senhor já cansaste do nosso vermelho e branco, tenho medo de que o senhor desgoste tanto da profissão a ponto de continuar insistindo em destruir nosso esquema tático no meio do jogo, tirando os armadores, como fez contra o Sport, e colocando em campo jogadores que já estão bem queimados conosco devido a péssimas atuações. Tu, como técnico experiente que és, deverias já ter reparado também que é inadmissível, em um time que almeja reconquistar títulos importantíssimos, possuir no plantel quaisquer centro-avante que não faz gol. Abel, por favor abra teus olhos, nosso zagueiro Paulão está mais presente no ataque do que o teu tão amado Rafael Moura, que por ironia do destino desencantou neste 20 de setembro, com o gol da vitória contra o Atl Paranaense.

Nós já conhecíamos esse gênio forte que tu tens, apesar de não concordar muito com a contratação, não poderíamos deixar de ficar ao menos um pouco feliz em ter o técnico campeão do mundo novamente em nossa casa, mas não exageres, nossa paciência tem limites e ele já quase foi atingido. Professor, te lembras de quando tirou o Fernandão, na final do mundial de clubes em 2006, para colocar Adriano Gabiru? Demos sorte, ele anotou o gol do título mais importante da história e nós nunca esqueceremos disso, mas preciso te dizer uma coisa: isso não vai acontecer novamente. Se continuares insistindo em jogadores que não estão nem perto de uma boa fase, não vamos a lugar nenhum, pois já percebemos que não teremos condições de brigar por um título a base de sorte nem aqui nem em qualquer lugar do mundo.

Alguma vez, após uma derrota, chegastes a parar para ouvir a tua coletiva de imprensa? Abel, eu parei. Eu parei e depois de algumas respostas - ou falta delas - percebi que preferia ter feito qualquer outra coisa, pois ouvir o técnico do clube que amo falando tamanhas besteiras, diga-se de passagem, chega a desanimar o mais otimista dos viventes. Eu vi meu time ganhar quase tudo e afirmo com total certeza, eu quero agora é conquistar o Brasileiro! Faz tempo, Abel, muito tempo que a gente não consegue. Se tudo que ocorreu em 2005 pudesse ser revisto e o título fosse nosso, eu até te perdoaria, mas agora, vendo que insistes nos jogadores que mais falham nas partidas, que deixa um time sem armadores em um momento que 3 pontos são absolutamente importantes, não posso fechar meus olhos para a situação, porque tu, querido técnico, parece que já está fazendo isso.

A torcida colorada clama por uma mudança de postura tua, a esperança que estamos depositando no recém repatriado Nilmar é absurda. Espero que ele possa fardar e ser novamente o nosso Golden Boy, que com a chegada dele o senhor encontre o melhor esquema para o Inter e pare de escalar o time como se fossemos disputar o campeonato do bairro, porque pra nós futebol é coisa seria, sei que pro senhor é mais ainda. Ou deveria ser.

Podes me entender? O grito tá preso na garganta há 35 anos, professor. Vamos continuar cobrando, vamos continuar exigindo mudanças e sim, muitos de nós vão continuar fazendo isso de formas burras e absurdas, mas faz parte da vida, faz parte do futebol e de todo seu universo. Só peço agora que ao menos reveja teus conceitos, Abel, porque sempre fomos apontados como favoritos na corrida ao titulo e como possuidor de um dos melhores planteis, ao menos no papel, mas não podemos mais aceitar essa dura realidade que consiste em iniciar bem, despontar entre os melhores e do nada decair, perder posições na tabela e finalizar o campeonato brigando fortemente pela 7ª colocação do campeonato.

Tô cansada de ir a todos os jogos em Porto Alegre e apoiar incansavelmente durante 90 minutos para depois ter que ouvir de ti, em uma coletiva de imprensa, que nós, torcedores, não sabemos de nada. A única coisa que não sei, e solicito que me ajudes, é essa: ainda somos um Inter campeão de tudo, afinal? Boa sorte, professor.

Att, 
Uma torcedora que sabe que tu nunca vais mudar.

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